Sobre a Redenção momentos antes.
Começa o primeiro tempo.
Houve um tempo em que não havia morte, o que não incorria em grande vantagem porque a vida também não existia. Até que existia. Mas estava confinada ao mistério de pertencer a um único ser. O poder dessa vida ilimitada, estava escondida na esfera de um universo inimaginável, num tempo indefinido no passado da eternidade em que não verificamos ainda o surgimento das dimensões, do tempo, do espaço, da energia e da matéria. A vida pertence a Deus assim como sua existência sem inicio, sem principio, sem causa, antes das coisas, antes do tempo. Em Deus antes da existência de tudo habitava o poder que não pode ser medido, num ser incriado, consciente sobre si mesmo e consciente sobre um futuro próximo e sua pluralidade ainda inexistente. Deus era tudo, enchia tudo e a partir de sua consciência e suas escolhas, pela manifestação de sua vontade seria tecido as cores da existência. Os sons, as cordas da gravidade, a dança das particulas, o caminho para a luz, o meio para o eletromagnético, a separação do espaço do tempo e do espaço do espaço, a energia e modo como se produziria, se relacionaria com o tempo, com o espaço e com a matéria. Estabeleceu as leis que regem e sustentam o multiverso, a nossa e todas as outras dimensões que envolvem o nosso universo. E por suas escolhas decidiu permear um primeiro e anterior lugar, espaço, dimensão ou universo invisível, de vida. E escolheu os atributos, a natureza e a qualidade dessa vida a qual propôs conceder também do mistério de sua eternidade. Desse universo nasceria o nosso. E suas leis cósmicas seriam absurdamente diferentes das nossas. Os seres ali criados não possuem os limites impostos aos seres criados no nosso universo. Doando de si mesmo, porque a vida não reside nas coisas criadas, a vida é uma manifestação da divindade, é parte da energia primordial contida em Deus, criou os anjos. E lhe concedeu asas. As asas são uma das características mais interessantes dos anjos. Porque nessa época do passado as aves ainda não haviam sido criadas. E criou os Querubins. A ordem está invertida. E Criou em primeiro lugar os Querubins. Os Querubins são os seres mais antigos da criação. Penso eu. A cada movimento divino havia a antecipação das coisas que haveriam de existir um dia. Seus feitos traduzem uma característica engraçada. São absurdamente permeados de profecias. Cada gesto, cada ato, cada ser celestial trás a marca de um futuro, num passado remotíssimo, em tempos imemoriais, numa antiguidade além de todo alcance, no tempo antes do início dos tempos. Cada ato de criação divina profetiza ou deixa marcas proféticas do futuro ainda não percorrido. Os Querubins recebem uma glória imensa, poder incalculável, sendo cheios de uma vida indescritivelmente poderosa e com eles praticamente se inicia a história da eternidade. Os Querubins recebem rostos, mais que um, são seres plurais, possuem a representação da face de um leão, de um bezerro, de uma águia e de um homem. Nenhum dos quais existe ainda. E antes do surgimento de reis, profetas ou sacerdotes, são ungidos. Recebem uma ordenação, são criados para serem os seres mais próximos e mais íntimos, pelo menos nesse primeito ato, do mais espetacular de todos os seres. E sobre eles é derramada sabedoria quase infinita, ciência quase absoluta, e poder além de nossa capacidade de estimativa. Tanto poder que quando Deus revela-se em sua glória para os profetas do antigo testamento, representa-se a si mesmo como aquele que habita em meio dos querubins. Aquele que cavalga os querubins. Aquele cujo espírito ao se mover, move também aos querubins. Não se desassocia nas Escrituras o poder de Deus da manifestação dos Querubins. Ao menos até a encarnação. Quando Deus almejava demonstrar toda a extensão de seu poder de um modo visual, apresentava os Querubins. Hoje ele apresenta a ressurreição de Cristo.
Assim que os Querubins são criados, contemplam um lugar. Antes da primeira manifestação da vida eu creio que Deus preparou um lugar. Ele primeiro estabeleceu as leis que regem a vida neste lugar, as coisas, o modo como tais coisas podem ser vistas ou tocadas. Os Querubins nascem na eternidade, no único lugar nomeado que nós conhecemos da eternidade que é chamado de Sião. Monte Sião. Quando Jesus fala das coisas e lugares celestiais, lugares que habitou, lugares onde estava presente quando foram criados, os quais ajudou a criar no universo invisível, revela que: “ Na casa de Pai há muitas moradas, se não fosse assim eu não teria contado para vocês”. As Escrituras só nos revelam Sião. Quando o apóstolo narra sobre o resultado da fé que abre caminho para uma dimensão desconhecida, oculta aos olhos humanos, retrata a morada celestial e narra a presença de milhões de espíritos dos justos aperfeiçoados e de muitos milhares de anjos (numero que aquele que revela Apocalipse irá corrigir para milhões de milhões).
vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; (v. 23) à
universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos
nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos [gr. pneumasin] dos
justos aperfeiçoados, (v. 24) e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança,
e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel (Hb 12.22-
24).
E nesse único lugar nomeado da eternidade, querubins são os primeiros a perceber os símbolos do amanhã, além deles mesmos, um santuário celestial, com objetos e coisas que um dia serão reproduzidas nos itens do tabernáculo através de suas descrições dadas por Moisés à excelentes artesãos. Moisés, qual um arqueólogo da eternidade, viu aos objetos mais antigos do universo por meio de ministração angelical quando subiu ao monte Horebe na época em que receberia a revelação da Lei.
Logos após os querubins os anjos serão criados. E arcanjos. E quando eles abrem seus olhos estão diante de uma cidade celestial, e a vida, vida eterna, vida imortal, vida transcendente se manifesta e se inicia no universo escondido em Sião. Ali se inicia tudo. Dali a primeira base, o primeiro movimento, as fronteiras do amanhã e a expansão da vida será iniciada. Onde ainda não existem os seres humanos. E se fossemos ler o trecho de Hebreus neste momento ainda não haveria dois termos:
“igreja dos primogênitos inscritos nos céus” e “espíritos dos justos aperfeiçoados”
Esse momento da eternidade passada é ainda o da “universal assembleia”.
A primeira ordem de seres viventes faz parte de uma igreja. De uma igreja universal. A vida começa na igreja universal. O termo grego para igreja é Eklesias, assembleia.
Outra profecia. Outro propósito oculto manifesto. Uma assembleia é uma reunião de pessoas com um propósito comum. Os seres recém-criados concordam e possuem uma unidade de natureza, de poder, de essência, de movimento. De comunhão. A criação angelical, a manifestação dos Querubins e sua interação com Deus era quase similar a um organismo vivo com suas estruturas de vida interiores pelos quais se manifesta.
Os anjos e os querubins harmonizavam-se perfeitamente com a vontade de seu Criador.
Mas não eram projeções de sua vontade. Não eram sombras de seres viventes. Eram seres viventes cuja medida de vida em imputada pela liberdade absoluta. Não eram espíritos impedidos de agir e pensar por si só. eram espíritos capazes de interagir de modo único com Deus, possuindo suas marcas, sua natureza, sua vida, e corpos para expressarem o mistério de suas pluralidades. Deus possui um mistério de ser diferente de todos os seres que um dia criaria. E Repartiu essa individualidade e unicidade com todos os seres que criaria. No cerne do mistério da criação está o fato de que todos os seres, mesmo àqueles criados à sua imagem e semelhança não seriam iguais uns aos outros. Propôs Deus em seu coração que cada ser que viesse habitar o universo fosse único. E capaz de suas próprias decisões. E nessa decisão divina da unicidade de cada ser repousa a o problema da origem do pecado. E na semelhança das criaturas com Ele a resposta para sua destruição. O mistério que nos torna únicos, anjos, homens e demônios, também nos propicia a capacidade de escolher nossos próprios destinos. E interferir no destino dos outros seres. Nesse sentido absurdamente profundo Deus repartiu conosco algo tão grande quanto sua própria divindade. Concedeu-nos individualidade. Os Querubins e anjos são capacitados para atos de poder incomensurável. E capacitados a discernir entre o bem e mal. O mal não é só anterior aos homens, é anterior aos anjos também. Quando os anjos nascem, o fazem num universo que é criado segundo um propósito pré-estabelecido. E nascem dotados da consciência de existe algo além das perfeições divinas. Aos anjos é apresentada de maneira clara as trevas e a luz. Havia uma possibilidade além da vontade divina, além do desejo, além dos sonhos, além das leis que emanavam do coração de Deus. Havia a possibilidade de sonhos contrários à natureza de Deus. O mistério do pecado é que propôs Deus não impedir que os anjos escolhessem seus próprios caminhos, ainda que esses fossem contrários à sua vontade. A escolha de qualquer caminho contrário a vontade de Deus destrói suas obras, afeta á sua criação e vai de encontro a sua natureza. O mal é na verdade o movimento da vontade de um ser em direção contrária a direção da vontade divina. Existe um sentido na energia, até nas linhas de um pequeno campo magnético. Qualquer coisa que um ser almejar realizar contra a vontade de Deus destruirá alguma coisa que ele criou, ou afetará o futuro de outra. Como todas as coisas criadas possuem as marcas de seu criador e essa antiga mania de desenhar com a vida o dia do amanhã, ou seja, como todas as formas de vida declaram e anunciam suas obras, assim como o amanhã (caráter profético das obras da criação) a destruição das obras divinas atua como uma ofensa contra Deus e contra seus propósitos futuros.
Pecar é destruir o amanhã.
Em algum momento a consciência perfeita sobre si e suas existências gerou um caráter da escolha de uma direção consciente contra as escolhas de Deus. Como as escolhas divinas são de acordo com suas leis que são regidas por sua natureza e por sua sabedoria, quando a criatura escolheu ir contra a vontade de Deus, alinhou-se contra sua natureza, contra suas leis e contra sua sabedoria.
A obra da criação é fruto da sabedoria divina. O pecado é a situação criada pela rejeição dessa sabedoria.
A sabedoria de Deus atua segundo propósitos eternos, frutos de um coração amoroso. Quando a criatura abandonou a visão amorosa de Deus para com sua criação tornou-se seu adversário.
A Ira divina é a reação de Deus a destruição causada pelas obras dos espíritos adversários. Na medida que os anjos deixaram suas ordenações, seus propósitos, suas posições, em prol de suas próprias vontades, rejeitando o seu presente distante de nós por talvez bilhões de anos, realizaram a destruição do amanhã. Que é o nosso hoje.
Rejeitar a vontade de Deus é impossível sem imediatamente colocar-se como adversário dele. Porque suas ordens vislumbram o amanhã, a história sonhada e imaginada por Ele antes da criação das coisas, e o pecado é antes de qualquer coisa o poder para destruição das obras de Deus. A ira divina é a atitude de rebelião de Deus contra a destruição de suas coisas, de seus planos, da ordem universal que necessita ser realizada porque ainda se encontra em andamento. De uma Ordem sábia, harmoniosa, que possui propósitos de acordos com a belíssima natureza divina, onde a justiça é abundante, onde a paz é perene, onde a vida é manifesta com pluralidade, alegria e verdade.
O que havia no coração dos anjos, suas primeiras obras, era somente o inicio de tudo. O livro da eternidade estava nas primeiras páginas. Nós ainda estamos no meio do caminho. Embora para nós seja o final dos tempos.
O final do tempo humano não é o final do tempo celestial.
O fim do universo físico não prenuncia o fim das coisas da eternidade. Mas o final de um estado de coisas. A primeira coisa que João vê quando vislumbra o novo universo é a velha e sólida como uma rocha, Jerusalém celestial que desce como uma noiva do lugar que esteve desde o início dos tempos para ocupar o lugar que desde de sempre deveria ser seu, o centro de tudo.
A ira de Deus é uma resposta contrária ao pecado. Já que as obras do pecado destruiriam as obras de Deus, já que as obras do pecado inviabilizariam o amanhã sonhado antes que os montes fossem formados,
Deus escolheu outra lei em seu coração que definiria também os rumos do amanhã. Ao invés de incapacitar os seres criados de se rebelarem contra ele, ao invés de retirar deles a capacidade de definir seus destinos, propôs Deus não o uso do Poder para delimitar os atos dos seres criados. Mas o uso da pedagogia. O uso da Sabedoria. Deus ensinou a respeito do que significaria rejeitar suas propostas de vida. E ensinou através de um tabernáculo, de um santuário e de um sacerdócio que se inicia antes da queda do primeiro anjo. Todas as coisas celestiais eram impregnadas de simbolismos, de avisos, de admoestações. A Palavra de Deus não começa a ser escrita na terra que um dia haveria de ser criada. Se inicia no céu. Os mandamentos do Senhor não são manifestos ao mundo quando a lei é entregue na terra. Mas quando a lei é desenhada na forma de uma altar do incenso, de um propiciatório de ouro com a imagem de dois querubins, com vestes e rituais ancestrais que antes de serem vislumbrados na terra eram interpretados no céu. O teatro já foi exercitado de certo modo por anjos. Quando na terra de Israel um sacerdote caminhava com suas vestes sacerdotais com bordados, um peitoral com pedras preciosas e uma mitra com uma corrente e placa de ouro amarrados, em direção à parte do santuário denominada santo dos santos, o que ele faz é na verdade algo familiar ao que anjos acostumavam a ver antes da criação do universo. Os anjos já entendiam sobre a existência da morte e sobre o significado do pecado de um modo muito profundo, conhecendo aspectos e consequências celestiais sobre o pecado que nós não conheceremos jamais. Porque tais representações e o culto anterior realizado a Deus na época antes da criação do mundo, para nós são envoltos em mistério surpreendente. Mais uma vez o culto na eternidade se reveste de profecia. O que para os anjos era PROFÉTICO, para nós é o nosso dia a dia. Era sobre nossa futura paixão que tais atos retratavam. O culto na eternidade passada foi dado aos anjos para lhes ensinar sobre a tragédia do amanhã e da real manifestação da entidade que nós denominamos de morte na esfera da existência. A morte seria manifesta quando a vida que se sustentava sobre a fragilidade das formas criadas para sustenta-la fossem abaladas pelo descaso, pelo desrespeito ao cuidado que estava debaixo da responsabilidade de todos. A morte seria manifesta quando atos de sabotagem á sabedoria divina fossem realizados. A vida não era indestrutível. A vida não era invulnerável. Assim como nenhum ser é. Por mais poderoso que seja. Deus concedeu a vida amor incondicional, mas poder limitado. E em símbolos e numa linguagem elevadíssima e espiritual a morte foi conhecida antes de ser manifestada. Embora jamais um anjo tivesse morrido até então.
Até então.
Mas os símbolos celestiais mostravam outra coisa também. Que a vida era mais poderosa que a destruição, que mesmo que houvesse a morte, no final, a vida prevaleceria. E que mesmo que o universo fosse destruído, não faltaria poder para reconstruí-lo.
E foram ensinados a amar o bem. Porque do bem dependia os seres que um dia seriam criados. Porque do bem dependia a harmonia entre os seres criados. Porque o único modo de Deus se relacionar com sua criação seria através do bem. E foram ensinados a amar a Deus porque dele dependia o amanhã de todas as coisas, segundo uma vontade que ainda não fora plenamente manifestada.
Os anjos aprendiam com a criação e com Deus sobre sua sabedoria. Foi a primeira revelação sobre a essência divina, a primeira lição a ser aprendida.
O Senhor me possuiu
como a primeira de suas obras, antes de suas obras de mais antigas;
fui formada longas eras atrás,
no início, quando o mundo veio a existir.
Quando ainda não havia abismos, eu nasci
quando não havia mananciais transbordando de água;
Antes que os montes foram assentados no seu lugar,
antes dos outeiros, eu nasci,
antes que ele fizesse o mundo ou os seus campos
ou qualquer um dos grãos da terra.
Eu estava lá quando estabeleceu os céus no seu lugar,
quando traçava o horizonte sobre a face do abismo,
quando estabeleceu as nuvens acima dele
e quando fixou firmemente
as fontes do abismo,
quando ordenou ao ao mar o seu limite
para que as águas não ultrapassem suas ordens
e quando ele estabeleceu
os fundamentos da terra.
E foi criado o universo. Nosso universo. Diferente do que os anjos nasceram. Então se extendeu o espaço e as dimensões, o tempo e a energia, do átomo ás constelações. E encheu-se de alegria angelical. E esse universo recém criado foi preparado para receber a vida que já habitava a eternidade. Ou preparado para ser cheio de vida que seria criada para nossa própria realidade.
Então aconteceu de que um através de um ato de transgressão foi manifesto o pecado no universo primordial. E a partir dele a morte entrou em todos os universos. O que ocorreu não nos é revelado. As únicas pistas são as revelações esparsas espalhadas nas Escrituras. A epístola de Judas (outro Judas, não aquele) fala de prisões de trevas onde anjos foram arremessados, Apocalipse fala de anjos que foram presos junto de locais da terra, Genesis logo após a criação mostra o Espírito de Deus caminhando sobre a face do abismo de uma terra sem forma e vazia, porém Isaías diz que a terra fora criada com forma. Das dimensões existentes locais não existentes e tenebrosos foram criados para guardar a alma de futuros mortos, o tártaro e o Hades.
A lição do tabernáculo celestial não foi compreendida?
Quando Deus caminha sobre a face do abismo, é quase outra analogia. Porque agora realmente existe um abismo. Há uma ferida na estrutura do cosmos. Há uma perda, já há dor. A morte já ocorreu, ainda que não nos termos que nós a conhecemos como viventes. Porque não conhecemos a natureza da vida de uma fada ou de um ser mágico, não saberíamos o significado da morte para eles. Os seres de ficção morrem que nem pessoas nas nossas fábulas porque essa é a única morte que conhecemos, essa que cessa a respiração. Nós não entendemos na realidade natural as dimensões da morte. Muito menos o significado da mesma dentro da dimensão espiritual.
E os anjos que caíram mudaram seus pensamentos e suas essências. Quando escolheram a transgressão como modo de vida, quando escolheram não realizar e não viver os propósitos de Deus, rejeitaram sua essência. Rejeitaram sua natureza. Rejeitaram seu amor. Rejeitaram fazer coisas que se traduzam num amanhã de paz, de alegria e de harmonia. Escolheram a guerra no lugar da paz. Quando o ser humano peca, ele o faz muitas vezes em aspectos parciais de sua vida. Poucos pecados abarcam a integral e completa rejeição de Deus em nossas vidas. Alguns como matar ao próximo são ofensas profundas e gravíssimas contra Deus. Mas os anjos que pecaram o fizeram de um modo absoluto. E seres dotados de poder de destruir quantas vezes desejassem o universo criado não poderiam ser deixados livres. Graças a Deus pelas prisões e pelas limitações.
E por não ter deixado de lado suas leis. Milhões ou bilhões de anjos assistiram ou participaram ativamente do evento, ou dos milhares de eventos que culminaram na intervenção divina para PARAR ou IMPEDIR que a vida fosse extinguida ou impedida de se manifestar na aurora dos tempos.
E a manifestação de seu poder para impedir tal atuação de destruição é a ira contra a injustiça. É abominar os caminhos do mal, é odiar as obras de Satanás, porque no passado elas feriram e mataram espiritualmente a milhões de criaturas que Deus amava, transformando-as em seres destituídos de amor pela vida.
E porque ainda hoje ferem e matam a milhões na terra. As trevas anulam a alma do ser humano dentro dele, transformando pessoas que poderiam ser pessoas de bem em gente sem coração.
E Paulo fala do que as trevas puderam realizar no ser humano:
18 Pois até do cosmos é revelada ao homem o desagravo de Deus contra toda a impiedade e toda injustiça dos homens que transformam a verdade em injustiça.
20 Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles não há justificativa pela sua incredulidade;
21 porquanto, tendo conhecido a Deus, por sua criação, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
23 e por conta própria imaginaram a glória do Deus incorruptível semelhante a imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 Por essa razão Deus os abandonou a sorte dos desejos íntimos de seus corações, e a imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si;
25 pois substituíram a revelação verdadeira de Deus pela bobagem, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26 Pelo que Deus os deixou livres e entregues a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram sua sexualidade no que é contrário à natureza humana;
27 semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, homem com homem, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro.
28 E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus revelado na criação, Deus, por sua vez, não limitou seus sentimentos depravados, e fizeram coisas que não convêm;
29 O resultado disso foi serem cheios de todo tipo de injustiça, de malícia, de cobiça, de maldade; tornaram-se cheios de inveja, de vontades homicidas, cheios de contenda, de dolo, de malignidade;
30 Tornaram-se murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pais;
32 os quais, conhecendo bem o decreto de Deus escrito nos seus corações , que declara ao íntimo do homem serem dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fizeram e fazem , como também dão voto de aprovação aos que as praticam.
Mas o homem ainda não nasceu, porque eu ainda estou na aurora dos tempos. Ainda não é o sexto dia. Quando Deus estabelecer o homem, o mal já existirá. Deus não parará seu propósito para com a vida apesar da queda angelical. Deus não desistirá de seu projeto apesar da tragédia prevista, apesar da tragédia que ainda virá. Embora aja uma ferida aberta na criação. Ele fez uma aposta não no poder da força. Na coação ou na irresistibilidade de sua vontade. A morte não é maior que a vida manifesta desde antes do primeiro querubin ser criado.
E olha que neste momento já não existem cinco Querubins.
Todas as visões dadas nas Escrituras mostram quatro seres viventes ou quatro querubins, embora um pouco diferentes como se tivessem passado por uma metamorfose, por uma mudança, se você comparar os querubins de Ezequiel com os de Apocalipse.
Deus sabe que seu poder a ser manifesto na existência será tão grande que até os primeiros seres criados irá modificar.
Quando o jardim do Édem receber Adão ele manifestará uma única ordenação, uma única lei, para provar ao homem.
Pode ser incrível para nós. Mas nos céus ainda havia dança. Quando ordenação do jardim é quebrada, conforme profetizado por milhares ou milhões de anos na eternidade, a morte deflagrará uma guerra silenciosa contra a criação mais uma vez.
Miguel é um arcanjo que recebeu a incumbência de ressuscitar a todos os mortos.
Enquanto Adão fugia por dentro do jardim os seres celestiais reviam sua própria história, seu próprio destino, sua sina. Quase um flash back.
Mas há uma canção que ecoa muito forte na eternidade após a ressurreição de Jesus. Ela fala sobre a Sabedoria de Deus e de seu tremendo Poder. Acrescida do fato de que agora os anjos reconhecem sua tremenda coragem. E essa dose de loucura.
A história da Salvação ainda não terminou, assim como a aventura da fé. Nós não possuímos todas as respostas. Mas o pecado que parecia um poder medonho e gigantesco na aurora dos tempos já não parece tão grande assim.
A morte parecia ser um problema irresolvivel e uma condenação insuportável, também passaram por uma revisão conceitual.
Muitos anjos permanecem com o mesmo sopro que um dia receberam do Pai, nunca sofreram o abuso do pecado, ou sentiram a rejeição do Pai. Por uma escolha feita mediante a fé absoluta na dignidade de Deus ainda no ínicio de suas obras, foram chamados de fies e eleitos. Eles nunca morreram, como a maioria dos seres humanos. Eles nunca morreram como Jesus, que os criou, morreu.
Todos olham com assombro para o Senhor ressuscitado.
Assim como nós ainda se perguntam o que foi a cruz.
Como já mencionado antes a questão do pecado é que o contrário das coisas é o contrário das coisas, a mais lógica afirmação filosófica jamais emitida. Não é só um questão filosófica que está atrás da questão do pecado. Não era só uma questão de Deus sentar com os anjos e querubins caídos e colocarem num debate suas posições sobre o ser e o não ser, o sentido da vida, a soberania de Deus e outras questões. Não foi uma guerra ideológica que deu inicio ao fim da paz segundo o coração de Deus. Não era a rebeldia contra as ordens ou oposição a vontade revelada e declarada que validaria a separação entre Deus e os seres caídos. Foi um ato de violência deliberado. Violentamente foi manifestada uma ira até então inexistente na esfera da etermidade. Ira contra Deus. Ira contra sua pessoa, contra sua existência, contra seus planos. Da negação da realização da vontade de Deus nasceu a ira que culminou num ato de extrema violência. Só há um modo de transformar o universo, qualquer que seja ele, em algo desconectado de Deus, só há um modo de seguir uma outra ordem universal sem as marcas onipresentes da bondade e da justiça divina. Criando uma realidade alternativa em que tais valores não fossem manifestados. Gerando um universo de sombra e de dor, distinto e separado do universo segundo o coração de Deus, onde os padrões segundo tudo que Deus ABOMINA PODERIAM SER LIVREMENTE EXERCIDOS. Onde não a vida, mas a MORTE fosse soberana. Isso significa gerar um universo de dor e horror inimagináveis. Essa realidade nós imaginamos somente em nossos piores pesadelos e costumamos chamar ele de INFERNO.
Não bastasse imaginá-lo, o que já seria por si só ruim, em algum momento intentaram implantar a dita situação num lugar celestial ainda em fase de construção. Nem se iniciara o projeto da vida já havia voz contrária.
E como definir o que é bom e o que é mal, o que é certo e o que é errado, o que é justo ou iníquo somente com base na essência de Deus? Porque não destruir em vez de construir?
O que afirma ser a sabedoria de Deus o melhor ou o único caminho dentre as possibilidades infinitas de escolha, a melhor de todas?
Porque estabelecer como prumo, com aferidor das medidas da vida, como padrão da existência e de justiça, a natureza de Deus?
Em que a vontade de Deus que dirige a tudo para si, que converge todas as coisas em sua pessoa, é melhor que a intenção de uma criatura?
O problema é que a vontade de Deus não era um tratado escrito ou um livro mágico colocado num pedestal com visitação gratuita e aberta a todos os seres celestiais, não era um só um postulado de sabedoria infinita. Era atitude, era movimento, era produzidora de bens. Quando as Escrituras falam do Princípio não dizem que no principio era o Substantivo. Ou no princípio era o Pronome oblíquo. Ou no Princípio era o pronome indefinido. Diz que no Principio era o Verbo, que traduz a palavra Logos, que era para os gregos como a palavra cheia de poder capaz de manifestar a existência algo que não existe. O Logos era o oráculo dos deuses. Palavra com autoridade pra realizar o impossível. O termo Palavra na língua portuguesa é muito abrangente e não possui a mesma característica de Movimento e de Ação que Verbo. Por isso traduziram desse jeito. Penso.
Mas voltando a questão anterior, Sua Vontade era uma vontade que exercia domínio, governo, autoridade e poder. Ela não só descrevia, como escrevia as letras do código da existência. Creio que essa é a sutil reclamação e difamação da existência que existe dentro do filme Matrix.
A Sua Vontade não só definia como manifestava no invisível ao quadrado (a manifestação de uma realidade, dentro da realidade invisível). No corpo dos Querubins e dos anjos havia marcas de seu criador, em seus poderes, em suas essências espirituais e em sua própria transcendência. E com aquela velha mania profética divina, apontamentos para seu amanhã.
A ira maligna se manifesta contra tudo aquilo que procede de Deus. Contra Sua vontade e contra aquilo que ela produz. Quando a liberdade plena solicitada a milênios de agir contra o homem é concedida aos anjos caídos em Apocalipse na grande Tribulação, é dito que uma das primeiras atitudes do Governo doa Anticristo é se levantar contra tudo aquilo que se chama Deus.
O ato de violência cometido contra Deus e contra suas obras foi de tal monta que os poderes desses seres foi anulado após sua manifestação. Imagine só anjos com poderes ilimitados realizando o mal. Nós não veremos isso jamais.
Nós não.
Mas os céus e a eternidade contemplaram tal horror. E as virtudes dos céus foram abaladas pela primeira vez.
Mas uma coisa é ter Poder para realizar o mal.
Outra coisa é estar num estado de completa malignidade.
O poder dos anjos caídos foi anulado para não causar a destruição de nosso universo.
Mas não a sua malignidade.
E nem sua engenhosidade.
E nem o pecado.
E nem as consequências dos seus atos praticados.
Porque os atos dos anjos que caíram influenciaram o futuro.
Esse nosso presente.
Temos a partir desse momento um inumerável rol de reclamações a serem feitas. Porque, minha virgem Maria, Deus não destruiu esses sujeitos malignos? Porque não acabou com a desordem e pôs imediatamente em ordem a criação que lhe pertencia, e a mais ninguém, graças a Deus? Porque não destruiu o pecado? E a morte? Porque não impediu seu acesso ao nosso mundo, NOSSO MUNDO!
Porque lhes concedeu a maldita capacidade de INTERAGIR com o homem? Ou porque não lhes legou a uma zona fantasma* eterna?
* Zona fantasma era uma dimensão paralela que os criminosos de kripton eram enviados
Quando o jardim de delícias for plantado, quando as árvores estiverem crescidas em algum determinado momento propício, um desses seres se manifestará com toda sua malignidade transformará, por assim dizer, nossos destinos.
A resposta que Paulo dá a essa questão é muito complicada, talvez depois de uns trinta anos meditando nela entendamos seu significado.
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Não seria nesse momento ainda impedida a manifestação do pecado. Essa característica de Deus usar todas as coisas para nossa edificação é as vezes um fato irritante.
O inferno, as trevas, a dor, o mal, a rebelião, os anjos caídos, a morte e tudo mais. Se a questão é essa, a desobediência, a destruição de suas obras, que seja.
Vou usar as trevas do mesmo modo que uso a luz. Vou me servir do mal e da dor e do que lá mais a imaginação maligna quiser almejar, e tudo servirá de matéria-prima para o amanhã, que desde sempre sonhei em realizar.
Aquela velha mania de profetizar a respeito de tudo.
Vou tolerar a transgressão. Vou dominar meu coração e impedir o derramamento imediato de minha ira sobre as obras da maldade.
Por um pouco de tempo. Por uma época.
Isso é chamado de Paciência divina.
Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Romanos 2:4
Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Romanos 15:5
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Romanos 9:22
Claro, que podíamos reclamar mais uma vez, isso lá é hora Ó Deus Criador, para o Senhor ter paciência?
Derrama logo essa tua IRA e DESTRÓI, pelo amor de Deus, o mal!
Não dá para nós nascermos depois que essa tua “paciência” terminar?
Não não deu para nascer antes da dita “paciência” terminar. Graças a Deus. Porque senão teríamos nascido em uma época de juízo imediato pelo pecado, O que por certo não seria um bom negócio para pessoas com a capacidade ilimitada de pecar.
Sempre fica na garganta a pergunta célebre, pra que DOIS Querubins pra guardar o caminho de volta para o jardim do édem, se um leão já bastava? Se 1/120 avos de um anjo já seria o suficiente? E pra que colocar espadas FLAMEJANTES nas mãos de dois jedis celestiais, pra impedir dois adolescentes desarmados, diga-se de passagem, de retornarem para lugar algum?
O tal exagero bélico possui suas razões simbólicas.
Havia um caminho a ser percorrido como o da história sem fim e os dois Querubins estavam ali como uma dica. A entrada é por aqui mas a saída é por lá. Apontando a terra recém formada e inexplorada e cheia de animais vorazes e de raios e trovões e de chuva e de geada. Mas principalmente, cheia de morte.
É para toda criança ficar revoltada com a cena. Porque sabemos de antemão que há uma história por detrás da história. Há um mundo velho por detrás do mundo novo e uma guerra antiga cujo eco se ouvia na terra nova. E de um lado uma menina sem mãe, inexperiente, recém criada teve que se virar sozinha contra o ser que lhe corrompeu, cuja sabedoria não poderia ser medida e cuja malignidade é o suficiente para encher os mares, se pudesse ser transformada maldade em água, e de outro bilhões de seres que testemunharam o apocalipse em sua própria terra não interviram.
Essa solidão extraordinária, essa aparente falta de informação sobre a questão da morte e da maledicência do pecado, além de não termos tido ideia se houve para nossos primeiros pais uma aula mais detalhada sobre o significado de maldição nos leva de novo ao questionamento. Onde estava a sabedoria quando o homem mais precisou dela?
Não seria correto uma universidade de professores angelicos para admoestarem e darem aulas com recursos fantásticos sobre o que haveria de ser se as leis da eternidade fossem quebradas? Mas não.
Houve silencio no céu diante da previsível derrota humana diante de Satanás no Édem.
E lá estavam os dois querubins com espadas flamejantes erguidas na saída do primeiro lar.
Seguir em frente. Mas não sozinhos.
Do éden saem:
Um homem.
Uma mulher.
O pecado.
A maldição.
As hostes
As potestades.
Os domínios
As soberanias.
E seu representante administrativo. Satanás.
A morte já tinha ido na frente. Pra abrir caminho.
Por assim dizer, já que tais componentes da eternidade não habitavam anteriormente o jardim. Contudo o EXODO para um mundo de terror, a terra carinhosamente chamada de “maldita” era fato e o homem e sua mulher não entravam nessa realidade mágica, sozinhos. Estavam muito, muito mal-acompanhados.
Aparentemente.
Tudo é sempre muito mais complicado do que costumamos tentar explicar.
Quem que disse que REALMENTE os homens entraram na terra sozinhos?
Ou que a terra amaldiçoada fora abandonada por Deus?
Quando Jacó estiver indo de encontro a Esaú, já perto do vau de Jaboque ele se depara com a coisa mais estranha que o mundo poderia imaginar na nossa terra. Um acampamento de anjos. Um arraial de seres celestiais. Milhares de anjos assentados ou de pé numa região muito vasta. Ele chamou aquele lugar de Maanaim. Eles já estavam lá quando Jacó chegou. O que eles estavam fazendo lá não sabemos, nunca nos foi dito.
Eles não intervém no restante da história de Jacó. Lá estavam e lá permaneceram.
Sobre os processos biológicos da renovação da vida, é declarado nas Escrituras, que a razão da vida renovar os vales da terra é a presença do Espírito do Senhor.
O salmista Davi entendeu essa realidade sobre a onipresença de Deus e disse:
Para onde me ausentarei do teu Espírito?
Para onde eu fugirei da Tua face?
Se subo aos céus lá estás,
Se faço a minha cama no mais profundo abismo,
Sei que ali também Tu estarás
Se tomo as asas da alvorada
E me detenho nos confins dos mares,
Ainda lá haverá de me guiar a Tua mão
E a Tua destra me sustentará
Havia algo no mundo recém criado que esperaria o homem. E era algo muito bom.
Anjos estariam presentes para guardá-lo.
Quando uma criança tenta ser impedida de chegar a presença de Jesus ele repentinamente fala:
Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.
Estabelece outro patamar de mistérios, destes que a vida é repleta. Anjos designados para guardar crianças?
Entender que o homem entraria em contato com as trevas já preparou a eternidade para uma intervenção continuada. Não haveria de ser separado de seu auxílio ou de sua presença o homem PECADOR. Sempre que definimos os anjos nos reportamos a eles como a “espíritos ministradores para aqueles que hão herdar a salvação” E sempre pensamos nos eleitos, nos escolhidos, nos separados, na igreja.
A resposta talvez seja mais ampla.
Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.
A resposta é que os anjos foram enviados não a um grupo especifico separado em meio aos homens. Mas a MISERICÓRDIA foi estabelecida a TODO SER HUMANO. Os anjos foram enviados a cuidar e a tratar e a zelar por toda a humanidade. Para impedir que ela fosse trucidada pelo efeito devastador do pecado. Todo ser humano está fadado a ter uma experiência com os anjos. Porque nenhum homem nasceu ou morrerá sem que tenha sido auxiliado pelos anjos em milhares de atos de sua existência. Ainda que vivendo sob a direção das trevas, do pecado e sob o domínio do mal. Ainda que a serviço de Satanás. Evidentemente quando estiver de folga dos serviços prestados ao reino das trevas. Porque chega a hora do juízo do pecado humano e o salário do pecado é a morte. O fruto da mentira, do engano e da maldade humana é a opressão, a degeneração espiritual, e por fim o vazio.
Mas o homem não se degenerará por que foi abandonado. Sim porque abandonou ao Deus que lhe concede a vida, a alegria, a vitória, o pão e o vinho, os filhos e o amanhã. Porque amou mais as trevas do que a luz. Luz que nascerá diante dos seus olhos em forma de vida todos os dias. Porque o sol nasce para todos, independentemente de sua maldade insidiosa ou de sua tremenda piedade.
Embora o poder angelical dos anjos caídos tenha sido anulado ou limitado na eternidade, seus efeitos nos alcançaram. Parte do mistério que envolve a vida começa FINALMENTE a se esclarecer. Em primeiro lugar o homem não entraria na terra da sombra da morte sozinho. Não viveria sozinho. Não sofreria abandonado.
Uma pessoa invisível acompanhou e supervisionaria a raça humana continuamente.
O Espírito de Deus.
Anjos já haviam sido enviados antes a terra antes que Adão saísse do jardim. A terra amaldiçoada ou não, cheia de demônios ou não seria palco da presença e da renovação continua de Deus.
Mas guardas para inibir a fúria do exército inimigo não é o suficiente. Porque apesar da grandiosa misericórdia demonstrada é o homem que tem que enfrentar o adversário de Deus. O homem recebeu de Deus sua Imagem e sua semelhança. Talvez se tivesse tido uma conversa anterior e soubesse que seria extremamente odiado por seres imortais de antiguidade insondável, solicitaria ser feito não tão semelhante e nem com uma imagem tão próxima assim. Mas cabia-lhe o mistério da paixão humana e da realização dos mistérios ainda não divisados da vontade de Deus. No homem foram depositadas esperanças inacreditáveis. E amor incompreensível.
Porque Deus amou o homem de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas viva para todo o sempre.
Não bastasse isso sobre ele estaria a solução para o pecado. E para a morte. Porque quando Jesus ressuscita dos mortos o faz como representante idôneo da raça humana.
Não seriam os arcanjos, os querubins restantes ou o exército angelical que finalmente colocaria em ordem a ordem celestial. Seria o homem, nascido de mulher. A semente da mulher pisaria e esmagaria a cabeça da serpente. Os planos amaldiçoados e o inferno imaginado e manifesto na terra foram vencidos pelo filho do homem, que enfrentou cada uma das armas que acometeu os céus de outrora e destruiria o principio da destruição de um modo extraordinário.
Ainda na carne.
Porque o verbo se fez carne e habitou entre nós e nós vimos sua glória como a glória do unigênito do Pai. E testemunhamos que nossas mãos tem tocado a palavra da vida.
Mas a história da humanidade e dos céus ainda não terminou.
Logo após a ressurreição de Jesus ele caminhou até o santuário que estava lá desde quase todo o sempre.
Na terra o sacrifício do cordeiro era realizado sobre um altar de bronze que ficava á frente do tabernáculo. O sacerdote cortava o pescoço do cordeiro e o sangue era derramado sobre uma canaleta ao lado do altar de onde se colocava uma pequena bacia de bronze que recolhia parte do sangue derramado. O sacerdote auxiliar pegava deste sangue colocava na bacia de prata e entrava num salão escondido por grossa cortina de quatro camadas num lugar chamado santuário que continha uma mesa com pães feitos sem fermento, um castiçal de ouro batido com sete lâmpadas de azeite que jamais se apagavam, ao lado de um altar de ouro onde havia um incensário que emanava um incenso característico feito de arte de perfurmaria cujo segredo pertencia somente as famílias de perfumistas sacerdotais. Ele então entregava essa bacia de prata ao sumo-sacerdote que sozinho a levaria em suas mãos, vestido de vestes especiais e entraria após num outro salão oculto e sombrio, atrás de uma segunda e espessa cortinada. Lá haveria uma arca de ouro pura, a qual não conseguiria enxergar devido a tremenda escuridão do santo dos santos e colocaria a bacia de prata sobre a arca, ou derramaria sobre uma bandeja denominada propiciatório, que ficava sobre a arca da aliança. Essa peça era de ouro puro e era composta de uma base com bordas e enfeitadas por dois querubins.
O sangue seria colocado na bacia de prata ou derramado em meio a total escuridão defronte os dois querubins feitos de ouro puro batido.
Mas como dizia antes, Jesus caminhou até o santuário celestial. Milhões de anjos cercaram o santuário celestial. Ele caminhou até o altar celestial que jamais teve um cordeiro terreno sendo realmente sacrificado. Mas deve ter tocado uma de suas pontas. Depois caminhou até o santo dos santos e entrou no santuário. E comeu com certeza um dos pães que deve estar lá desde a aurora dos tempos. Sorriu e foi até a segunda cortinada e a atravessou. E parou diante da arca da aliança e se ajoelhou. Colocou sua mão sobre o propiciatório da arca celestial e deve ter completado sua oração de vitória.
Ou foi algo parecido. Seja como for, sua oferta foi aceita assim como seu sacerdócio diante do Pai, porque dez dias depois de sua ascensão a Igreja na terra foi sacudida e ungida e cheia do Espírito de Deus.
Começava o segundo tempo.
Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e näo os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.
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